A geração de resíduos sólidos tem sido um dos problemas ambientais enfrentados pelas
autoridades públicas, sociedade e Universidades uma vez que, sendo resultantes das
atividades humanas e na ausência de um manejo adequado, passam a se constituir em
ameaça ao meio ambiente e à saúde pública. Nas universidades, o movimento ambiental
teve início nos anos 1970, e, reconhecido como espaço gerador de resíduos sólidos,
estes passaram a ocupar as agendas institucionais. O primeiro registro foi nos Estados
Unidos, no ano de 1972, com a implantação do Programa de Reciclagem de Resíduos
Sólidos. Tal movimento se consolida nos anos 1980, se propagando em instituições de
outros países. Nas Universidades brasileiras, os resíduos sólidos demarcaram espaços
na década de 1990, sendo crescente o número de instituições a partir de então que
implantaram programas e políticas de gestão para os resíduos sólidos e em algumas
delas avançando em direção à gestão ambiental. A presente pesquisa teve como
objetivo elaborar uma proposta de política de gestão de resíduos sólidos para a
Universidade Estadual de Feira de Santana (UEFS), Bahia, construída de forma
participativa, com a comunidade universitária, a partir de uma realidade local. Para a
coleta de dados foram utilizadas entrevistas individuais, observação direta e pesquisa
documental. Para a análise das entrevistas, utilizou-se o Discurso do Sujeito Coletivo,
delineando-se um modelo de intervenção para a construção da política de gestão de
resíduos sólidos. Dos dados obtidos, foi possível diagnosticar a situação atual dos RS
na instituição, a percepção da comunidade sobre estes e o manejo atual praticado na
UEFS, além de obter sugestões para sua melhoria. Levando em consideração os dados
obtidos, a formulação da política de gestão de RS pautou-se em diretrizes norteadoras,
entendidas como essenciais a uma gestão sustentável. As diretrizes formuladoras foram:
Estrutura organizacional, marco legal e princípios norteadores de sustentabilidade para
a gestão de resíduos sólidos que embasaram os procedimentos de natureza estrutural,
administrativa, acadêmico-administrativa, educacional, operacional e avaliação
periódica. O modelo definiu-se por uma gestão sistêmica, integrando as partes
constituintes da Universidade como a estrutura organizacional e administrativa e a área
acadêmica (ensino, pesquisa e extensão), definindo responsabilidades a todos os setores
e a todas as categorias que as compõem.